SEUL, 3 jan (Xinhua) -- Um veículo que era supostamente dirigido ao escritório presidencial para o arresto do presidente em exercício da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, chegou a uma rua em frente ao escritório presidencial, aqui, na madrugada desta terça-feira.
O comboio encarregado de detetar e prender Yoon partiu do quartel-general do escritório para Assuntos Especiais de Acusação, Investigação e Pesquisa (OSPIR) em Goyang, perto da cidade capital de Seul, na madrugada de terça-feira.
O comboio, composto por 30 membros do OSPIR e 120 oficiais de polícia, chegou ao acesso ao escritório presidencial, com 70 oficiais à espera do lado de fora do escritório presidencial. Milhares de apoiantes de Yoon reuniram-se do lado de fora do escritório presidencial e gritaram slogans para demonstrar o seu apoio a Yoon, enquanto foram mobilizados 2.700 oficiais de polícia e 150 veículos da polícia para manter a ordem.
A equipa de defesa legal de Yoon classificou o mandado de detenção como "ilegal e inválido" e apresentou um protesto contra ele na Corte Distrital Oeste de Seul na tarde de segunda-feira.
Com o mandado de detenção a expirar no dia 6 de janeiro, resta saber como se concluirá esse impasse.
Depois de os investigadores do OSPIR entrarem pelo portão principal do escritório presidencial depois das 9h00, hora local, de terça-feira, para executar o mandado de detenção de Yoon, que foi destituído pela Assembleia Nacional, depararam-se com forças militares que se acredita pertencerem ao Comando de Defesa da Capital e que ainda não entraram no edifício do escritório presidencial.
Passados cerca de cinco e meia horas de confronto, o OSPIR afirmou às 13h30, hora local, que decidiu suspender o mandado de detenção de Yoon. O OSPIR afirmou ter tomado a decisão de que o mandado de detenção não pode ser executado enquanto o impasse se mantém, e expressou um profundo pesar pela atitude de Yoon em não responder ao processo legal.
Os membros do OSPIR e os oficiais de polícia que estiveram a executar o mandado de detenção deixaram o prédio do escritório presidencial.
A equipa de execução do OSPIR, depois de ter vencido os primeiros e segundos bloqueios dentro do prédio do escritório presidencial, em terça-feira, defrontou-se com os segurança pessoal de Yoon no portão principal do edifício oficial de residência.
Foram montados dois bloqueios em volta do Cheong Wa Dae, em Seul, ou seja, do escritório presidencial, localizado no distrito de Jongno-gu, a fim de bloquear a equipa de execução do OSPIR.
O primeiro bloqueio é composto por cercas, barricadas e postos de controlo, que separam a área de eventos públicos da área do escritório presidencial. O segundo bloqueio tem sensores e câmaras de vigilância instaladas, e são feitos controlos de segurança manuais neste bloqueio.
Depois de passarem pelo primeiro e segundo bloqueios, os oficiais de execução vão encontrar os agentes que pertencem ao Serviço de Segurança Presidencial, um órgão estatal responsável por proteger diretamente a segurança física do presidente. O serviço declarou que vai "tratar o mandado de detenção adequadamente de acordo com o processo legal".
Embora o serviço tivesse bloqueado anteriormente um tentativa da polícia de entrar no escritório presidencial em novembro, desde então tem-se abstenido de se opor ou apoiar explicitamente a execução do mandado de detenção.
Quando o procurador sénior Lee Dae-hwan (chefe da equipa de investigação do OSPIR) entrou no segundo bloqueio pela manhã de terça-feira, foi impedido durante várias horas por pessoal não identificado, que se recusou a deixá-lo avançar mais.
Informes também indicaram a presença de pessoal militar dentro do escritório presidencial, acreditando-se que são soldados sul-coreanos do Comando de Defesa da Capital. Embora o Exército sul-coreano não seja responsável pela defesa do escritório presidencial em circunstâncias normais, houve casos na história do país em que o Comando de Defesa da Capital deslocou tropas ao escritório presidencial em tempos de crise.
Apoiadores do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, fazem um protesto em frente ao escritório presidencial, em Seul. (Xinhua)
Os apoiantes de Yoon têm-se concentrado em frente ao escritório presidencial desde a noite de segunda-feira. Os apoiantes, usando máscaras faciais, agitaram bandeiras da Coreia do Sul e gritaram slogans de apoio a Yoon, incluindo: "Vamos proteger o presidente Yoon até ao fim", e, "Yoon é nosso herói", a temperaturas abaixo de zero.
Centenas de oponentes de Yoon também se reuniram na área e gritaram slogans em apoio ao líder da oposição Lee Jae-myung. Eram separados por uma longa fila de polícia anti-motim. Alguns apoiantes de Yoon tentaram carregar e entrar em confronto com os apoiantes da oposição, ultrapassando a polícia anti-motim, e a polícia dispersou os apoiantes de Yoon.
Nessa terça-feira, apesar do frio intenso, milhares de apoiantes de Yoon continuaram a realizar um protesto perto do escritório presidencial, com alguns manifestantes a entoar "Parem o mandado de detenção", e, "Vamos proteger o presidente Yoon Suk-yeol". A polícia anti-motim cercou a área, e a principal avenida que passa pelo bairro de Han-nam dong, em Seul, onde se encontra o escritório presidencial, foi encerrada.