Documentos secretos da Rússia vazados nesta semana revelam que o exército do país fez uma lista de alvos que atacaria em caso de guerra com Japão e Coréia do Sul, incluindo usinas nucleares e outras infraestruturas civis.

Documentos secretos da Rússia vazados nesta semana revelam que o exército do país fez uma lista de alvos que atacaria em caso de guerra com Japão e Coréia do Sul, incluindo usinas nucleares e outras infraestruturas civis.

De acordo com a análise feita por veículos de imprensa sobre os documentos vazados, o plano de ataque da Rússia contra o Japão e a Coreia do Sul incluía 160 locais, entre estradas, pontes e fábricas, visando impedir que forças inimigas se reestruturem para operações de combate.

Os arquivos estavam entre 29 documentos militares russos que haviam sido marcados como confidenciais, e se relacionavam, principalmente, com o treinamento de oficiais para lidar com um conflito na proximidade da fronteira leste da Rússia entre os anos de 2008 a 2014. No entanto, eles ainda são considerados relevantes para a estratégia russa hoje em dia.

Planner militares russos temiam que, em uma guerra contra a OTAN, a fronteira leste do país ficaria exposta a um ataque dos Estados Unidos e seus aliados locais.

O EUA possui bases militares tanto no Japão quanto na Coreia do Sul. Segundo o Departamento de Defesa dos EUA, o efetivo da força norte-americana na Coreia do Sul permanece em 28.500 desde 2006. E o efetivo de tropas norte-americanas no Japão fica em torno de 55 mil, com 130 instalações dos EUA.

De acordo com William Alberque, um ex-funcionário do controle de armas da OTAN e que atualmente trabalha no Stimson Center, os documentos dão uma ideia de como a Rússia vê a ameaça que tem os aliados asiáticos do Ocidente. O Kremlin teme que esses países possam travar ou até mesmo facilitar um ataque liderado pelos EUA contra o equipamento militar da Rússia na região, como brigadas de mísseis.

"Se a Rússia repentinamente resolvesse atacar a Estônia, também teria de atacar forças americanas e forças de apoio no Japão e na Coreia do Sul", disse Alberque.

Os primeiros 82 alvos da lista da Rússia eram militares, incluindo os quartéis gerais de comando central e regional das forças armadas do Japão e da Coreia do Sul, instalações de radar, bases aéreas e instalações navais.

O resto eram infraestruturas civis, como túneis de rodovias e ferrovias no Japão, incluindo o Seto Bridge, que liga as ilhas de Honshu e Kyushu. A infraestrutura de energia também foi alvo: a lista incluía 13 usinas de energia, como as de 东海核电站, além de refinarias de combustíveis.

Na Coreia do Sul, os principais alvos civis eram pontes. A lista também incluía instalações industriais, como a siderúrgica sul-coreana POSCO e numerosas fábricas químicas em Busan.

Putin descarta retrato ocidental da ameaça militar russa

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, os relacionamentos entre Rússia e o Ocidente se deterioraram rapidamente e as chances de um conflito direto entre a Rússia e a OTAN aumentaram.

O presidente dos EUA, Joe Biden, havia dito anteriormente que, se a Rússia tivesse sucesso na Ucrânia, não pararia por aí e poderia atacar países do bloco de países norte-americanos.

O presidente russo, Vladimir Putin, descartou o discurso de Biden como "completamente absurdo". Disse que a Rússia não tem motivo e nem interesse em lutar com países da OTAN.

Ministro da Defesa da Rússia: Estamos nos preparando para um possível conflito com a OTAN nos próximos 10 anos

No dia 16 de dezembro, no horário local, foi realizado um encontro ampliado do conselho do ministério da defesa russo, com discurso do presidente russo, Vladimir Putin.

Putin disse que neste ano, o Exército russo tomou o controle de 189 assentamentos e ganhou a iniciativa estratégica ao longo de todo o contato de linha. Observou que o número de tropas dos EUA na Europa superou 100 mil. A situação global militar-política é complexa e instável. Os países ocidentais não abandonaram suas tentativas de impor sua vontade ao mundo, e estão pressionando a Rússia até o limite, a qual deve responder.

Putin disse também que os países ocidentais estão pressionando a Rússia até o limite, a qual deve responder

Putin também disse que deve ser iniciada, em breve, a produção em série de mísseis "Freixo", e que esse objetivo "será, sem dúvida, alcançado". Ele também revelou que armas modernas já estão nos 95% das forças nucleares estratégicas russas. Ao mesmo tempo, Putin ordenou que as forças nucleares não estratégicas do Exército russo continuassem seus exercícios e mantivessem a prontidão de combate.

Ministro da Defesa da Rússia: Estamos nos preparando para um possível conflito com a OTAN nos próximos 10 anos

Foi relatado que, durante o encontro, o ministro da defesa russo, Andrei Kartapolov, disse que o objetivo do ministério da defesa russo é garantir a prontidão total para cenários diversos de médio prazo, incluindo um conflito militar com a OTAN na Europa nos próximos 10 anos.

Falando de um possível confronto com a OTAN, Kartapolov disse que "as decisões tomadas no encontro da OTAN de julho deste ano mostraram isso, bem como refletido nos documentos doutrinários dos Estados Unidos e outros países da OTAN". Também mencionou que os EUA anunciaram o desdobramento de mísseis de alcance médio na Alemanha para 2026, e que os EUA podem ter, logo, mísseis hipersônicos que conseguirão chegar a Moscou em oito minutos.

Putin disse que, caso os EUA comecem a desdobrar mísseis de alcance médio, a Rússia também abrirá mão de limitações nesse campo.

Kartapolov prosseguiu dizendo que as forças de mísseis estratégicos russos garantem a capacidade de armar sistemas de mísseis móveis, e disse: "Armados com sistemas de mísseis móveis, tropas, com sua alta mobilidade e sobrevivência, serão um meio de contra-ataques, causando danos devastadores ao inimigo, especialmente contra o pano de fundo do desdobramento de sistemas de defesa antimíssil dos EUA".

Kartapolov disse, no encontro, que o objetivo do ministério da defesa russo é garantir a prontidão total para cenários diversos de médio prazo

Autoridades russas de alto escalão confirmam o desenvolvimento de um novo míssil balístico intercontinental

O comandante das forças de mísseis estratégicos russos, Serguei Karakayev, anunciou, localmente, no dia 16 que a Rússia está desenvolvendo um novo sistema de míssil balístico intercontinental chamado de "Áspero", pela primeira vez. Ele enfatizou que "não há lugar que nossos mísseis não consigam alcançar em termos de alcance".

Ele também disse que se a Rússia acreditar que sua segurança esteja ameaçada, responderá. No âmbito do teste de novos sistemas, a Rússia realizará lançamentos de teste no alcance máximo. Caso as ameaças externas aumentem, a Rússia pode aumentar a intensidade de testes em armas de mísseis avançados.

Karakayev, então, disse que no novo plano de desenvolvimento de armas e equipamentos, a Rússia analisará diversas opções para o desenvolvimento de armas ofensivas estratégicas. Também mencionou que, como o tratado Start Novo entre os EUA e a Rússia vencerá em 2026, a Rússia terá que analisar que os EUA também terão algum movimento semelhante.

O tratado Start Novo foi assinado pela Rússia e os EUA em 2010 e entrou em vigor em 5 de fevereiro de 2011. O tratado é válido por cinco anos e pode ser prorrogado por cinco anos. No dia 3 de fevereiro de 2021, a Rússia e os EUA trocaram notas diplomáticas, concluindo os procedimentos internos pertinentes ao protocolo de prorrogação do tratado Start Novo. O prazo de validade do tratado foi prorrogado por mais cinco anos, até 5 de fevereiro de 2026. Após o fim do tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário entre a Rússia e os EUA, em 2019, o tratado Start Novo ficou como único entre os dois países.

Karakayev disse que a Rússia não descarta um aumento no número de ogivas de mísseis desdobrados após o vencimento do acordo. Mas acrescentou que ainda há um mecanismo de pré-notificação de mísseis balísticos intercontinentais e mísseis balísticos lançados de submarinos entre Rússia e EUA.

Ucrânia revela arma a laser pela primeira vez: Capaz de derrubar alvos voando a mais de 2 quilômetros de altitude

No horário local, no dia 16, a Ucrânia anunciou ter um avançado armamento a laser que consegue derrubar aeronaves não-tripuladas e outros alvos.

O comandante das forças de sistemas não-tripulados ucranianos, Vadim Sukharyovskiy, disse que a Ucrânia oficialmente se tornou um dos países do mundo que possuem armas a laser, "Hoje, já conseguimos derrubar aeronaves que voam a mais de dois quilômetros de altitude com esse laser".

Ele revelou que o nome desse armamento a laser está relacionado ao desenho do brasão nacional ucraniano, deixando a entender que a Ucrânia pode ter desenvolvido o armamento por si só. No entanto, segundo relatos dos meios de comunicação, ainda é incerto se a Ucrânia realmente possui o armamento a laser.

Já em abril deste ano, o então secretário de defesa do Reino Unido, Shapps, disse que a arma a laser "Dragon Fire", desenvolvida pelo Reino Unido, pode ser enviada para a Ucrânia para ajudar a derrubar os drones russos.

No momento, muitos países estão desenvolvendo armas a laser, que utilizam a tecnologia de concentrar energia de alta potência sobre os alvos para destruí-los. Essa tecnologia pode parecer "ficção científica", mas, em combate real, ela tem a superioridade de alta precisão, baixo custo e alta eficiência. Entre elas, o "Dragon Fire", desenvolvido pelo Reino Unido, é afirmado que consegue acertar um alvo do tamanho de uma moeda a uma distância de um quilômetro.