O fascínio contínuo da América com o assassinato de JFK 60 anos depois
Desde então, o trágico dia tem sido tema de dezenas de livros e filmes. O local onde o tiro foi disparado contra o presidente continua a ser um dos principais pontos turísticos de Dallas.
Cerca de meio milhão de pessoas visitam a cada ano a Praça Dealey, local onde o presidente Kennedy foi morto, no dia 22 de novembro de 1963.
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"Você chega aqui e vê a estrada que você já viu na televisão milhares de vezes", disse Joe Skvarla, que viajou de Idaho para Dallas, para visitar o local. "Ver os Xs no chão da rua — o primeiro tiro, o segundo tiro. Andar para baixo e ver o morro, a área com grama, apenas visualizar todas as pessoas que estavam aglomeradas no chão no momento do tiroteio."
É impossível não sentir o peso do dia, mesmo 60 anos depois.
"É um pouco como se... fizesse arrepios na sua espinha", disse Andy Challice, que viajou de Dallas para o Reino Unido.
Ninguém duvida de que o assassinato do presidente Kennedy mudou o rumo da história, mas as dúvidas e os questionamentos sem resposta que cercam a narrativa oficial podem explicar por que esse evento permanece tão profundamente enraizado na consciência do povo americano.
"Como eu vejo, o público foi convidado a aceitar uma hipótese implausível", afirmou Jefferson Morley, jornalista em Washington que passou 15 anos no jornal The Washington Post. "O governo continua se agarrando a essa hipótese. E continua fazendo com que muitas pessoas desconfiem do governo."
Morley passou anos pesquisando e escrevendo sobre o assassinato. Ele é o editor do blog JFK Facts e escreveu vários livros sobre a CIA.
"JFK continua como um símbolo do fato de que o povo não tem fé no governo", disse ele. "É por isso que isso é tão importante. É a teoria da conspiração por excelência."
Pesquisas de opinião mostram consistentemente que, desde a década de 1960, a maioria dos americanos acredita que Lee Harvey Oswald não agiu sozinho no assassinato do presidente. Existem evidências que possam, após 60 anos, sepultar os teóricos de conspirações e as dúvidas sobre a morte de Kennedy?
"O único [remédio] é a total divulgação", afirmou Morley. "Tudo que o governo tem precisa ser divulgado. E se eles tiverem a coragem de fazer isso, acho que podem dar um fim nisso."
Os Arquivos Nacionais recentemente concluíram sua revisão dos arquivos governamentais restantes classificados como sigilosos, relacionados ao assassinato e dizem que 99% dos registros foram divulgados ao público. Mas o fato de mesmo um pequeno percentual de documentos ainda permanecer escondido ou censurado só alimenta o ceticismo do público.
"Há muitas pessoas com desconfiança do governo, e acho que isso alimenta isso", disse Skvarla.
Será que o assassinato foi um crime não resolvido ou um trágico ato de violência cometido por um homem só? O povo americano pode nunca saber a resposta definitiva.
"Foi algo tão terrível que aconteceu, isso vai estar nos livros de história de todo o mundo", afirmou Challice.
Por enquanto, o mistério que cerca os fatos daquele dia permanece lado a lado com o 35º presidente dos Estados Unidos, a América.